Jubileu do ano 2000
O Jubileu já tá chegando,
todo prosa e moribundo.
Emancipando o submundo
que já teme seu chegar.
Rezo terço acordado
já temendo o Diabo,
e o bebum despreocupado
pede a Deus para ficar.
Crença doida e doentia,
paisagismo e homilia.
Satanás condecorado
brilhou queimando a velha chama.
Se já é hora, o Juizado.
O Jubileu tá atrasado
e o seu império penhorado.
Coisas de um povo condenado.
E se intriga com a peste
que tem "page" na internet.
Saiba que meu corpo
a injeção não vai tomar.
Globalizaram teu teatro
e esqueceram o cadeado.
Entre risos e fracassos,
eu trago o sonho congelado.
Mas a vida eu não temo
e o degelo do tempo
eu queria acelerar.
A medida do tempo,
a gaiola por dentro,
a questão do momento
que espero pra me mandar.
O Jubileu é uma piada,
excitada com Viagra.
É só sorriso e gargalhada
e mais nada pra mostrar.
Já me preocupa a tua vontade
pois desconheço a realidade.
Interferiste na viagem
que o teu sono ignorou.
Seja qual for a fachada
tua estrutura é desmembrada,
comprimida e espalhada
em bilhões de bilhões.
O Jubileu é uma farsa,
o verdadeiro é bomba armada.
É desespero de passagem,
é cortesia para entrada,
é universo paralelo,
é um jornal mais preocupado,
é poesia do Bassalo,
é parabéns e aniversário,
é um ser vivo em vez de morto
(um horizonte mais exposto).
É recriar a molecada,
e começar a cachorrada
mesmo louca e desmembrada.
O Jubileu não tá com nada
e tudo novo quer brotar.
רפאל
Nenhum comentário:
Postar um comentário