sexta-feira, 12 de junho de 2009

Macaco cidadão


O Governo do Estado do Pará anuncia como obra indispensável ao desenvolvimento do Estado o prolongamento da Rodovia dos Trabalhadores (Transmangueirão) através da sua união com a Avenida Júlio Cesar. Consequentemente, esta obra seria executada com prejuízo ao Parque Ecológico do Município, área de 44 hectares localizada entre os conjuntos Bela Vista e Médice.
Os moradores do Bela Vista não poderiam deixar de ficar indignados e insatisfeitos com a empreitada estatal, uma vez que serão os mais afetados com a perda de quase a totalidade de sua área verde. Não há, em nenhum momento, um projeto que leve em consideração a preservação da mata centenária que cerca o conjunto.
Indo mais além, paro para pensar se o Governo é capaz de me responder uma pergunta mais que fundamental: o que nós queremos para Belém? Qual é o projeto urbanístico que hipostaseamos para a cidade?
O que vejo é precipitação e descaso: acredito que os engenheiros encarregados desconheçam que essa área foi criada através do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, e como UC (Unidade de Conservação), tem a proteção de uma lei municipal que istitui e regula o Parque Ecológico do Município de Belém.
A precipitação do Estado é clara e visível: primeiro, em sonhar que sediaria a Copa do Mundo de Futebol em 2014. Descartada a possibilidade, imagino que prejudicar o bem estar e a segurança de famílias e desgastar potencialmente uma área verde por causa somente de um campeonato é uma tremenda incoerência. Sem falar que, óbvio, as grandes seleções jamais jogariam aqui, elas provavelmente iriam para o outro Brasil que fica mais embaixo. Assim, imaginem os possíveis clássicos que perdemos: Rússia x Marrocos, Israel x Trinidad & Tobago, Senegal x Egito...
Nasci e cresci convivendo com essa área verde, escutando o sabiá cantando na hora do café, dando comida aos macacos-de-cheiro, isso sem falar das trilhas e brincadeiras na mata. Acredito que minha dúvida quanto a pertinência dessa obra é contundente. Se tudo se consumar, o que vai restar é isso aí na foto, macaco no asfalto, ou macaco cidadão. Não há indenização que traga de volta a paz que nós vivemos hoje nesse pedacinho de céu que é o Bela Vista.
Com tudo isso o Governo do Estado anuncia que vai plantar um bilhão de árvores. Nada mais justo, pois só aqui no conjunto devem ter derrubado umas 10 milhões!
O que vão fazer do ecossistema local? Isso ninguém se manifesta. O Governo se "compromete" a fazer centro de pesquisa, organizar a visitação ao parque, etc... Lembro que o parque sequer é do Estado, e sim do Município de Belém, portanto, como é que posso entender isso. Ainda mais de um Governo que, sinceramente, até hoje não concluiu nada com competência. É o Governo do projeto, do planejamento. Governo Power Point, isso aí!

Imagino que macacos como esse aí sejam objeto de um projeto de "inclusão social", e que o o Estado vá destinar subsídios para seja possibilitada a preservação de sua "dignidade humana", atraves do exercício da "ação afirmativa" de seus "direitos atávicos de macaco primitivo", combinados com a perspectiva de expansão das garantias sociais dos desfavorecidos.
É, pois esse macaco aí vai ficar sem terra, ou melhor, sem galho. O que fazer? Bolsa-sem-galho pra ele!



רפאל

quarta-feira, 10 de junho de 2009

"Ficticious Garden": ao amigo Brampcoso



Em homenagem ao meu estimado amigo Antônio Aflalo Neto (Brampcoso), registro aqui uma de nossas parcerias, cuja letra foi por ele encomendada e orgulhosamente escrita por mim.
Um abraço Sgt.,

רפאל


Ficticious garden

* Música de Brancoso Maracujá, letra por ele encomendada.
** Dedico-a aos amigos Iranildo Diniz, Bob, Fábio Frota, Piter Barnabé e outros ficticiadores.

The lie is the victim of the proud,
our proud is all that we are.
I'll see that people are 'round and 'round
for days and nights.
Just to tell you a history,
just to spend your time.

Can they show us the magic
that makes then happy of this?
Can I show them the magic of this?
It must be true, I know, but...

A ficticious garden is a place to be,
the ficticious knows what is lost in our feelings.
For the ficticious world I'll never believe,
a ficticious garden, I'll aways forgive you.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

De volta

Nesta dada retornamos ao blog.
Satisfação mais uma vez estar aqui.